O argumento baseado na crença universal não pode ser desprezado.

“O homem em toda parte acredita na existência de um Ser Supremo ou seres a quem é moralmente responsável e a quem necessita oferecer propiciação. Tal crença pode ser crua e mesmo grotescamente representada e manifestada, mas a realidade do facto não é mais invalidada por tal crueza do que a existência de um pai é invalidada pelas cruas tentativas de uma criança para desenhar o retrato de seu pai”.- Evans

Personalidade de Deus

Pode-se definir personalidade como existência dotada de auto-consciência e do poder de auto-determinação.

São três os elementos constitutivos da personalidade: intelecto, ou poder de pensar; sensibilidade, ou poder de sentir; e volição, ou poder de vontade. Associados a esses, temos a consciência e a liberdade de escolha. Se pudermos provar que a Deus são atribuídas operações de intelecto, sensibilidade e volição, então podemos afirmar Sua personalidade.

1- A realidade bíblica da personalidade de Deus é estabelecida pelos nomes dados a Deus e que revelam personalidade.

Um dos nomes mais importantes pelos quais Deus se tem feito conhecer é o de “Jeová”. Foi por esse nome e suas várias combinações que Ele se revelou nas diversas relações que sustenta com os homens. Jeová foi revelado a Israel na ocasião em que esse foi chamado a confiar em Deus numa nova relação de aliança.

Tudo que significa para nós o nome de Jesus significava “Jeová” para o antigo Israel. Significava para eles tudo que está envolvido na salvação e na benção.

“Eloim” era Deus como Criador de todas as coisas, enquanto que “Jeová” era o mesmo Deus em relação de aliança com aqueles que por Ele haviam sido criados. Jeová, pois, significa o Único Ser eterno e imutável. Que era, que é e que há de vir. É o Deus de Israel e o Deus daqueles que são remidos, pelo que agora, “em Cristo”, podemos dizer: “Jeová é nosso Deus”.

O nome de “Jeová” é combinado com outras palavras, sendo assim formados os chamados “títulos jeovísticos”.

A) “EU SOU” - Ex 3.14 – Jô 8.58

Esse nome revela auto-consciência, “EU SOU O QUE SOU” é o pensamento que fica por detrás do nome “Jeová”.

Três cousas estão ali envolvidas: a auto-suficiência de Deus, Sua absoluta soberania e Sua imutabilidade.

B) “Jeová Jiré” ( O Senhor proverá). Gn 22.13-14.

Esse nome revela providência pessoal.

Foi o nome dado por Abraão ao lugar onde ele sacrificara o carneiro fornecido por Deus em lugar de seu filho Isaque. O Senhor vê e cuida das necessidades de Seus servos.

C) “Jeová Nissi” (o Senhor é nossa Bandeira).

Ex 17.15, ver também Js 5.13,14, Sl 20.7. Esse nome revela liderança pessoal.

Foi dado por Moisés, ao altar que ele erigiu em memória da derrota imposta aos amalequitas por Israel, sob Josué, em Refidim. Deus é aqui revelado como o Senhor que nos conduz contra o inimigo e em cujo nome somos mais que vencedores. A sugestão é que o povo deveria concentrar-se ao redor de Deus, como o exército se concentra em torno de sua bandeira.

D) “Jeová Ropeca” ( o Senhor que sara) Ex 15.26

Esse nome revela preservação pessoal.

O termo “ropeca” significa serzir como se serze uma roupa, reparar como se reconstrói um edifício, curar como se restaura a saúde de uma pessoa enferma. Toda cura, direta ou indireta, vem da parte de Deus. Ele é nossa saúde salvadora.

E) “Jeová Shalom” ( O Senhor nossa paz) Jz 6.24

Esse nome revela Deus como Aquele que concede paz pessoal.

Foi o nome dado por Gideão ao altar que ele erigiu em Ofra, fazendo assim alusão à palavra que o Senhor lhe tinha dirigido: “Paz seja contigo!”.

Esse título também poderia ser traduzido: “O Senhor, que é a paz de seu povo”.Combinado a fé na providência divina, com a confiança em “Jeová” para alcançar a vitória em todas as circunstâncias, encontramos o segredo da paz.

F) “Jeová Raa” ( O Senhor é o meu Pastor). SL 23.1; Sl 95.7.

Esse nome revela orientação, proteção e bondade pessoais.

Tudo quanto os pastores eram para seus rebanhos, e mais ainda, Deus está pronto a ser para os que Lhe pertencem.

G) “Jeová Tisidequenu” ( O Senhor Justiça Nossa). Jr 23.6

Esse nome revela Deus como justiça pessoal imputada, assim satisfazendo nossas obrigações e necessidades pessoais para com Ele.

Israel não tinha justiça própria; era uma nação de gente desviada e rebelde, por isso Deus revelou-se não apenas como Jeová, mas também como Jeová Tisidequenu - “O Senhor Justiça Nossa”. Essa relação tinha de existir antes que Jeová pudesse ser conhecido nas demais qualidades,

H) “Jeová Sabaote” ( Senhor dos Exércitos). 1- Sm 1.3

Esse nome revela liderança e domínio pessoais.

No uso hebraico, “exército” podia significar um e exército de homem, ou as estrelas e os anjos, os quais, em separado ou juntamente, formavam o exército do céu. Assim é que a nação de Israel foi chamada de exército de Jeová. O significado geral do termo é bem expresso no termo “Senhor Onipotente”. Na acepção da idéia de onipotência divina, as forças celestes eram consideradas como unidas numa confederação, liderada pelo único Deus, o Senhor dos Exércitos.

I) “Jeová Samá” ( O Senhor está presente) Ez 48.35

Esse nome revela presença pessoal.

Esse será o nome dado à Nova Jerusalém restaurada e glorificado, conforme vista na visão de Ezequiel. Jeová volta ao templo que Ele havia abandonado, e desse tempo em diante o facto de suprema importância é que Ele está ali, habitando entre Seu povo.

J) “Jeová Elion” ( Senhor Altíssimo) Sl 97.9, 7.17, 47.2, Is 6.1

Esse nome revela preeminência pessoal.

Deus é referido como o deus dos deuses, e apresentado como Quem se assenta em um trono, exaltado e elevado. Tais expressões, juntamente com esse nome, são simples afirmativas da supremacia e da soberania  absoluta de Deus. Ele é o Deus Transcendental.

K) “Jeová Micadiskim” ( O Senhor que vos santifica). Ex 31-13

Esse nome revela purificação pessoal, Apresenta Deus no aspecto subjetivo de Sua obra salvadora e remidora. Ele é o deus que separa do pecado e para si mesmo aqueles a quem Ele salva.

Os nomes que são atribuídos a Deus, nas Escrituras, subentendem relações e acções pessoais, e estas, por sua vez, indicam personalidade. 






  Autor: Antonio Magnani  |  Divulgação: estudosgospel.com.br