Texto: 
Mt 21.28-32, “28 E que vos parece? Um homem tinha dois filhos. Chegando-se ao primeiro, disse: Filho, vai hoje trabalhar na vinha. 29 Ele respondeu: Sim, senhor; porém não foi. 30 Dirigindo-se ao segundo, disse-lhe a mesma coisa. Mas este respondeu: Não quero; depois, arrependido, foi. 31 Qual dos dois fez a vontade do pai? Disseram: O segundo. Declarou-lhes Jesus: Em verdade vos digo que publicanos e meretrizes vos precedem no reino de Deus. 32 Porque João veio a vós outros no caminho da justiça, e não acreditastes nele; ao passo que publicanos e meretrizes creram. Vós, porém, mesmo vendo isto, não vos arrependestes, afinal, para acreditardes nele”.


Um nome igualmente apropriado para esta parábola dos Dois Filhos seria “A Parábola do Arrependimento”, porque é nela que temos o ensino e registro mais claro do ponto de vista de Cristo sobre este assunto tão importante.


I. O Arrependimento é a primeira e uma das mais importantes verdades do Novo Testamento.
1. Foi o teor da mensagem de João Batista, Mc 1.4, “...apareceu João Batista no deserto, pregando batismo de arrependimento para remissão de pecados”.


2. Foi mencionado na primeira mensagem de Cristo, Mc 1,14-15, “14 Depois de João ter sido preso, foi Jesus para a Galiléia, pregando o evangelho de Deus, 15 dizendo: O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo; arrependei-vos e crede no evangelho”.


3. Jesus enviou seus discípulos a pregar e o que eles pregaram? Mc 6.12, “Então, saindo eles, pregavam ao povo que se arrependesse”.


4. Examinando o livro de Atos, a primeira pregação da Igreja de Cristo, Pedro pede aos ouvintes que se arrependam, Atos 2.38, “Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo”.


5. Paulo, outro grande pregador da igreja primitiva, ressalta aos Atenienses idólatras: Atos 17.30, “Ora, não levou Deus em conta os tempos da ignorância; agora, porém, notifica aos homens que todos, em toda parte, se arrependam”.


6. O arrependimento era básico na mensagem primitiva.



II. O arrependimento é o ponto de partida pelo qual todos que entram no reino dos céus precisam chegar a entendê-lo.
1. Jesus deixa claro que todos os fariseus, sacerdotes e anciãos precisavam se arrepender da mesma forma que os publicanos e as meretrizes. Essa é uma verdade fundamental e vital. Não é um desses pontos que pode haver variações de pensamentos.


2. Paulo pregava que não havia nenhum justo capaz de fugir dessa realidade; Rm 3.10-19, “10 como está escrito: Não há justo, nem um sequer, 11 não há quem entenda, não há quem busque a Deus; 12 todos se extraviaram, a uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer. 13 A garganta deles é sepulcro aberto; com a língua, urdem engano, veneno de víbora está nos seus lábios, 14 a boca, eles a têm enchido de maldição e de amargura; 15 são os seus pés velozes para derramar sangue, 16 nos seus caminhos, há destruição e miséria; 17 desconheceram o caminho da paz. 18 Não há temor de Deus diante de seus olhos. 19 Ora, sabemos que tudo o que a lei diz, aos que vivem na lei o diz para que se cale toda boca, e todo o mundo seja culpável perante Deus”.


3. Professar uma religião ou ter sido criado num ambiente religioso não faz diferença. 


4. O fato do filho mais novo ter dito sim ao pai não faz diferença. Ele não obedeceu.


5. Podemos dizer com segurança que o tempo da salvação começa no arrependimento.


III. Jesus enfatiza que o que condena os homens é o fato de não se arrependerem
1. Mateus 21.32, “Porque João veio a vós outros no caminho da justiça, e não acreditastes nele; ao passo que publicanos e meretrizes creram. Vós, porém, mesmo vendo isto, não vos arrependestes, afinal, para acreditardes nele”. Foi o caso dos fariseus mencionados nesta parábola.


2. Ai de ti Cafarnaum... Lc 10.13, “Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! Porque, se em Tiro e em Sidom, se tivessem operado os milagres que em vós se fizeram, há muito que elas se teriam arrependido, assentadas em pano de saco e cinza”.


IV. A falta de entendimento sobre a importância do arrependimento é a causa de muitos problemas encontrados dentro do cristianismo nominal
1. A fraqueza das igrejas.


2. A Falta de um testemunho forte e corajoso.


3. A confusão das massas que mal sabem o que é ser cristão, ou que é uma igreja. Elas não entendem que para ser cristão é preciso haver uma transformação interna, operada pelo Espírito Santo, o qual, transforma-as interna e externamente. 


V. O Arrependimento em algum ensinos ilustres do Senhor Jesus
1. Na parábola do filho pródigo encontramos o momento em que ele se arrependeu, e nada é mais comovente do que a palavras que Jesus usou para descrevê-la: “E tornando em si...”, Lc 15.17, “Então, caindo em si, disse: Quantos trabalhadores de meu pai têm pão com fartura, e eu aqui morro de fome!”.


2. Na parábola do fariseu e do publicano. Toda a oração do publicano é um ato notável de um homem arrependido de seus pecados e que precisa de ajuda, Lc 18.10-14, “10 Dois homens subiram ao templo com o propósito de orar: um, fariseu, e o outro, publicano. 11 O fariseu, posto em pé, orava de si para si mesmo, desta forma: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros, nem ainda como este publicano; 12 jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho. 13 O publicano, estando em pé, longe, não ousava nem ainda levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, sê propício a mim, pecador! 14 Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque todo o que se exalta será humilhado; mas o que se humilha será exaltado”.


3. As pessoas perdoadas por Cristo eram pessoas penitentes.


VI. O que é o arrependimento - forma simplificada
1. Primeiro: Admitir o erro: a si mesmo; a quem de direito; a Deus; ao mundo. Exemplo: O filho pródigo: “Caindo em si, disse: Quantos jornaleiros de meu pai tem abundância de pão e eu aqui pereço de fome?” Lc 15.17, ou em outras palavras: “Que bobagem é essa que eu fiz em recusar de viver com meu Pai e achar que este mundo era melhor que sua casa”?


2. Segundo: Sentir vergonha do que fez, achando-se indigno de receber o perdão. Exemplo: O filho Pródigo: “Pai, pequei contra o céu, e perante ti, e já não sou digno de ser chamado seu filho; faze-me como um dos teus jornaleiros...”, Lc 15.18-19.


3. Terceiro: Provar e confirmar o arrependimento, fazendo aquilo que de princípio havia se recusado a fazer. Exemplo: o filho Pródigo: “E levantando-se foi para seu pai”, Lc 15.20.


4. Estes três passos podem ser vistos na vida do primeiro filho. Ele ficou com o coração constrangido em não obedecer a seu pai, admitiu o erro a si próprio, e foi para o trabalho humilhado.


4. O terceiro Passo é o mais difícil. É nesse ponto que muitos chegam e desistem. Assumem o erro, envergonham-se, mas tem medo de assumir publicamente que “realmente mudou” com suas atitudes.


5. O Jovem Rico é um bom exemplo de como ele foi bem até este ponto: “Tendo, porém, o jovem ouvido esta palavra, retirou-se triste, por ser dono de muitas propriedades”, Mt 19.22.


VII. A quem é concedido o arrependimento?
1. Na parábola não fala de religiosos e os beatos.


2. A parábola usa os termos “publicanos” e “meretrizes”.


3. Os publicanos eram a pior espécie de homens entre os judeus:


a) Tidos como ladrões por defraudarem o povo;


b) Tidos como carrascos por ordenar a prisão dos que não conseguiam pagar os impostos;


c) Tidos como traidores da pátria. Cobravam impostos a César e não a um rei judeu;


d) Tidos como os mais indignos de entrarem no reino dos céus;


4. As meretrizes eram a pior espécie entre as mulheres:


a) A Lei mandava apedrejá-las;


b) Sinônimo de imoralidade eram tidas como “um nojo” para a sociedade;


c) Até hoje ser identificada como meretriz é por si uma ofensa à família;


VIII. Porque Jesus usou dois exemplos tão vis
1. Primeiro: Mostrar que para Deus a condição do homem está nivelada em “pecadores”, Rm 3.23, “...pois todos pecaram e carecem da glória de Deus”.


2. Segundo: Que a morte de Cristo é suficiente para tirar os mais vis pecados, 1 Co 6.20, “Porque fostes comprados por preço. Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo”.


3. Terceiro: Que meretrizes e publicanos são capazes de chegar ao arrependimento quando muitos beatos não o são: Mt 21.32, “Porque João veio a vós outros no caminho da justiça, e não acreditastes nele; ao passo que publicanos e meretrizes creram. Vós, porém, mesmo vendo isto, não vos arrependestes, afinal, para acreditardes nele”. Ver ainda João 1.12, “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome”. 


IX. Mas temos ainda um último ensinamento nesta parábola: Está na palavra “depois”
1. Ela expressa ao mesmo tempo a misericórdia e o amor de Deus.


2. Que seria desse primeiro filho sem esta palavra. No começo negou-se a ir, mas “depois”, sem depois ele foi.


3. Que seria de Paulo se não houvesse essa palavra após aquele dia que ele segurou as vestes dos assassinos de Estevão e desencadeou a perseguição contra a Igreja de Cristo. Graças a Deus temos essa palavra.


4. Quantos já recusaram servir a Deus como a Bíblia ensina e estão tendo a oportunidade de ter em sua vida, neste dia, a palavra “depois”.


Você pode um dia dizer: “Por muitos anos eu recusei aceitar o evangelho e entregar minha vida a Jesus”. Mas “depois”, num dia 13 de Janeiro, dia de azar para muitos, e sorte para mim, Ouvi a Palavra da Salvação e me entreguei a Meu Mestre e Senhor Jesus Cristo.






|  Autor: José Antônio Corrêa  |  Divulgação: EstudosGospel.com.br |





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